“Aluno problema” é uma expressão que a gente vê circular nos corredores de escolas há muito tempo, desde que a escola como instituição existe.
E muita gente entra nessa conversa como se fosse uma constante do universo: existem alunos problema e alunos que não são problema.
A verdade, como sempre, está em uma posição do meio.
Entender os problemas dos alunos é o dever de toda escola. E buscar soluções para que o aluno consiga se realizar como ser humano é a maior responsabilidade da instituição.
Aliás, muita gente se esquece disso, mas a finalidade da escola não é fazer o aluno passar no vestibular, mas ensiná-lo o que é a vida, o que é ser um cidadão, o que é ser quem se é.
Hoje vamos conversar de uma forma mais livre sobre o aluno problema. Será que ele existe mesmo?
E como lidar com alunos disruptivos, ou em situação de disrupção dentro da sala de aula?
Vamos juntos entender agora:
O aluno problema existe mesmo?
Primeiro, precisamos entender o que exatamente é um aluno problema. Em que contexto?
É o aluno bagunceiro? É o aluno que não aprende? É o aluno que pratica bullying? É o aluno que sofre o bullying?
Na abordagem Freireana da educação, o aluno é mais do que um indivíduo vazio esperando ser preenchido pelo conhecimento vindo do professor.
Ele é a soma das suas experiências, vivências, sonhos e disfunções. O aluno é um ser humano, e todo ser humano tem dias bons e dias ruins.
Esse é o principal ponto para entender o aluno problema. O questionamento principal não é “que problema ele causa”, mas sim “quando ele causa problemas”.
Não vamos dizer aqui que não existe aluno problema. Ele existe sim. Mas, ao mesmo tempo, ser um aluno problema é um problema para o aluno.
Listei aqui algumas causas que podem causar comportamentos disruptivos dos alunos nas escolas.
E depois, vamos conversar melhor sobre como lidar com essas disrupções da melhor maneira possível.
Vamos lá:
Problemas familiares
Um ambiente doméstico instável pode afetar significativamente o comportamento de um aluno na escola.
Conflitos familiares, divórcios, e violência doméstica são fatores que podem causar ansiedade, stress e dificuldade de concentração, levando a comportamentos disruptivos na sala de aula.
A falta de apoio emocional e atenção em casa pode fazer com que os alunos busquem atenção de maneiras negativas na escola.
Sem um suporte adequado, as crianças podem sentir-se negligenciadas e expressar suas frustrações através de comportamentos inadequados.
Dificuldades de aprendizagem
Transtornos como dislexia, TDAH e outras dificuldades de aprendizagem podem levar a frustrações constantes para o aluno.
Essas dificuldades, quando não identificadas e tratadas, podem resultar em comportamentos desafiadores devido ao sentimento de inadequação e fracasso acadêmico.
Métodos de ensino que não consideram as diferentes necessidades e estilos de aprendizagem dos alunos podem levar a desinteresse e comportamentos indisciplinados.
Um ensino muito rígido ou inflexível pode ser especialmente problemático para alunos que necessitam de abordagens mais dinâmicas ou individualizadas.
Problemas sociais
Alunos que sofrem bullying ou são excluídos socialmente muitas vezes apresentam comportamentos problemáticos como um mecanismo de defesa.
A experiência de ser constantemente marginalizado pode levar a um comportamento agressivo ou desafiador como uma forma de lidar com a dor emocional.
A pressão dos pares pode levar os alunos a se envolverem em comportamentos disruptivos para serem aceitos por um grupo.
Essa necessidade de pertencimento pode resultar em escolhas negativas que são contrárias às normas escolares e sociais.
Problemas emocionais e psicológicos
Transtornos emocionais e psicológicos, como ansiedade e depressão, podem manifestar-se através de comportamentos disruptivos.
Alunos que estão lidando com essas condições podem ter dificuldade em se concentrar, seguir instruções e interagir de maneira adequada com seus colegas e professores.
Experiências traumáticas, como a perda de um ente querido, abuso ou exposição a violência, podem ter um impacto profundo no comportamento de um aluno.
O trauma pode levar a respostas emocionais intensas e imprevisíveis, resultando em dificuldades comportamentais na escola.
Falta de engajamento e motivação
A falta de interesse pelas matérias ensinadas pode resultar em desmotivação e comportamentos disruptivos.
Quando os alunos não veem relevância no que estão aprendendo, é mais provável que se envolvam em atividades que perturbem o ambiente de aprendizado.
A falta de metas claras e aspirações pode levar os alunos a sentirem que o esforço na escola não vale a pena.
Sem um sentido de propósito ou direção, os alunos podem exibir comportamentos desafiadores como uma forma de expressar sua insatisfação e apatia.
Como lidar com alunos problema?
Entendemos até aqui quais são os principais fatores que geram alunos problema:
- Problemas familiares;
- Dificuldades de aprendizagem;
- Problemas sociais;
- Problemas emocionais e psicológicos;
- Falta de engajamento e motivação.
Veja como todos esses problemas não são de responsabilidade dos alunos, já que eles são, na maioria dos casos, crianças e adolescentes.
Claro que, quando estamos falando de um contexto acadêmico, como a universidade, isso muda bastante. Aí a responsabilidade pelas as suas ações é completamente do aluno.
Mas esses fatores não são controlados pelas crianças. Elas não conseguem resolver os seus problemas. São os adultos que precisam resolver por elas.
Por conta disso, as ações para resolver o caso de alunos problema precisam passar por esse crivo do entendimento.
Em poucas palavras, você precisa pensar: a solução que eu encontrei responsabiliza o aluno pelas suas ações ou age como uma punição?
A responsabilização pelo amor e pelo entendimento é sempre a melhor solução. De longe, sempre a melhor.
Trouxe aqui mais cinco ideias para te ajudar a lidar com alunos problema, todas passando por esse entendimento. Me acompanhe:
Estabeleça um ambiente de apoio
Crie espaços onde os alunos possam se sentir seguros e à vontade para expressar seus sentimentos e dificuldades. Isso pode incluir salas de apoio emocional, grupos de discussão ou sessões individuais com um conselheiro escolar.
Esses espaços devem ser acessíveis e promover um ambiente de confiança.
Incentive os professores a desenvolverem relacionamentos positivos com os alunos, baseados na confiança e respeito mútuo. Um professor que demonstra empatia e compreensão pode fazer uma grande diferença na vida de um aluno, oferecendo apoio e orientação quando necessário.
Implementar programas de intervenção precoce
Implemente programas para identificar precocemente alunos que possam estar enfrentando dificuldades, seja acadêmicas, emocionais ou sociais.
A identificação precoce permite intervenções mais eficazes e pode prevenir que problemas menores se tornem maiores ao longo do tempo.
Ofereça apoio individualizado para alunos com necessidades específicas. Isso pode incluir tutoria acadêmica, suporte psicológico ou programas de mentorias.
Cada aluno é único e pode se beneficiar de abordagens personalizadas que atendam suas necessidades individuais.
Engajar as famílias
Crie parcerias sólidas com as famílias dos alunos.
Mantenha uma comunicação aberta e regular com os pais, informando-os sobre o progresso e as dificuldades de seus filhos.
Os pais devem ser vistos como aliados no processo educacional, e sua colaboração pode ser crucial para o sucesso dos alunos.
Forneça recursos e apoio às famílias para ajudá-las a lidar com problemas que possam estar afetando os alunos. Isso pode incluir workshops, materiais informativos e acesso a serviços de apoio comunitário.
Ajudar as famílias a se tornarem mais resilientes pode ter um impacto positivo significativo nos alunos.
Promover o bem-estar emocional
Introduza programas de educação emocional que ensinem os alunos a reconhecer e gerenciar suas emoções de forma saudável.
Habilidades como a empatia, resolução de conflitos e técnicas de relaxamento podem ser muito úteis para reduzir comportamentos disruptivos.
Garanta que os alunos tenham acesso a profissionais de saúde mental, como psicólogos escolares e conselheiros.
Esses profissionais podem oferecer suporte e intervenções adequadas para alunos que estejam lutando com problemas emocionais ou psicológicos.
Incentivar o engajamento e a motivação
Desenvolva aulas dinâmicas e interativas que engajem os alunos e tornem o aprendizado mais atraente.
Métodos de ensino inovadores, como projetos colaborativos, aprendizado baseado em problemas e uso de tecnologia, podem aumentar a motivação dos alunos.
Estabeleça sistemas de reconhecimento e recompensas para encorajar comportamentos positivos.
Reconhecer o esforço e o progresso dos alunos, não apenas os resultados, pode incentivar uma atitude mais positiva em relação à escola e ao aprendizado.
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